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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

A razão e o Amor, ou é o amor racional

A razão, não pode ser ela, a causa para qualquer desumanidade ou maldade. Por mais que a falaciosa interpretação de que o coração seja mais humano que a razão, é exatamente a razão e a racionalidade quem pode exercer o papel de mediador consciente de nosso existir.

Agir, pensar ou realizar descolado da razão, é um passo para o fanatismo e para a adoração. Mesmo o amor sem racionalidade pode ser tudo, pode até ser paixão, mas jamais será verdadeiramente amor. Quem ama o que criticamente desconhece ou quem ama sem uma racionalidade está a um passo da obstinação e da posse, do fanatismo ou do fundamentalismo.


A razão em nada desmerece ou menospreza o amor. A razão pelo contrário enobrece, valoriza e dá corpo humano e social ao amor. A verdadeira racionalidade é parceira real do verdadeiro amor e da consciência humana. Preferir crer que somos capazes de amar independente de uma crítica racional é o mesmo que acreditar em revelações e em mistérios sem entender a natural extensão destas crenças ou o sentido maior do que seja levar uma vida social, é assim um mergulho no vale sombrio do fanatismo, do preconceito, e da irracionalidade. É abrir mão de uma característica tão humana, qual seja a capacidade de racionalizar, sem absolutamente nada de bom, de humano ou de social construir com esta decisão. Amar sem razão é um risco desnecessário, amar com razão dá um brilho especial a este amor, aliás, amar com razão é a única forma que entendo de verdadeiramente amar. A razão poderia até existir sem amar, mas é também um risco enorme de cairmos na ditadura do conhecimento, do racional e do desumano.

Se você realmente acredita que a razão pode atrapalhar o verdadeiro amor, significa para mim, que você ainda não entendeu que amar não é divino ou cego, que o amor é construído e reformado continuamente, que o amor é a cola mental que deve ser fermentada com muita vontade, trabalho, dedicação, racionalidade e perseverança, e por mais tentador e gostoso que possa ser uma paixão, é o Amor quem dignifica o humano e o social, ou então você não entendeu o que seja tentar ser racional e o que seja a razão. A razão é a rede que perpassa toda a vida mental na solidificação deste amor, de todo e qualquer amor.

Se você prefere amar descolado da razão, ótimo para você, mas eu ousaria repetir que não é amar, por mais que te possa parecer. Eu preferirei sempre amar aderente a racionalidade crítica e lógica, tendo a vida como meta e o humano como alvo a dignificar, e o social a construir. . Eu preferirei sempre amar aderente a racionalidade crítica e lógica, porque simplesmente que esta é a única forma de verdadeiramente amar.

Entre a razão e o amor, eu fico com os dois, devo e tenho que ficar com os dois, uma vez que amar sem razão acabará por levar a loucura, a posse, e ao fanatismo; e razão sem amor pode levar ao despotismo humano, ou a ditadura fria do saber. Desta forma entendo que o amor e a razão devem andar juntos. A razão deve ser humanizada pelo amor e o amor deve ser conscientizado, dirigido e construído pela razão.

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