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sexta-feira, 21 de março de 2014

Insensibilidade

A insensibilidade humana é causa ou consequência do que aqui está? A sociedade é o que é porque somos humanamente insensíveis, ou será que somos insensíveis por que a sociedade é o que é? Não sei. Talvez ambos. Causa e consequência neste caso talvez andem alinhadas e de mãos dadas, uma reforçando a outra. Somos insensíveis (ou muitos de nós somos insensíveis) e ao longo do tempo reforçamos a sociedade no que ela é, e ao mesmo tempo, porque a sociedade é o que é, ela reforça em nós cada vez mais nossa insensibilidade humana e social.

Desta forma, entendo que urge a necessidade de que consigamos dar um fim a este ciclo vicioso, dando um basta a sua causa e a sua consequência. Eu sei que falar é muito mais fácil do que fazer, mas necessitamos dar início a um ciclo de transformação do ser e do viver, do como realizamos o nosso ser por um viver mais sensível, empático e humano com consequente transformação da sociedade por uma mais social, digna, justa e inclusiva.

Fazemos o que somos, e somos o que fazemos. Culpar a sociedade não é absolutamente a única alternativa pelo que somos e pelo que fazemos. Somos seres, pelo menos muitos de nós, responsáveis pelo que aqui está, uns por medo, outros por omissão ou inação, outros mais ainda por interesses, e outros ainda por mera perversidade, mas culpar os miseráveis, os excluídos pela sua própria miséria e exclusão é desumano e apenas, mais uma vez é uma fuga de nossas responsabilidades diretas ou indiretas, sendo mais uma forma falaciosa e factoide de desviar o foco da real necessidade de transformação do nosso ser. 

Tentar responsabilizar o miserável, o excluído, o perseguido, o explorado, por ser ele miserável, excluído, perseguido ou explorado, é mais uma de nossas muitas artimanhas para retirar de nós a culpa, permitir que lavemos nossas mãos e possamos, mesmo que indireta, disfarçada ou subliminarmente, dizer que se agimos como agimos, é porque eles permitem e aceitam, e sim não posso ser culpado porque eles aceitam que a sociedade abuse deles, é um pouco como culpar o ser estuprado alegando que este deve ter facilitado, provocado ou induzido o estrupo.

A insensibilidade em si pode não parecer tão má aos nossos olhos, mas ela é perversa por nos tornar opacos, frios e desfocados das necessidades humanas e sociais dos outros, permitindo assim que sejamos desumanos sem dor e sem remorso. 

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